sexta-feira, 29 de setembro de 2017

GAROTA SIRIRICA, de Lovelove6, ou "Conhece a ti mesmo(a): bate umazinha bem gostosa."









Por EDUARDO CRUZ





"Pode soar exagerado, para quem o orgasmo e a masturbação são rotineiros desde a infância e compreendidos como naturais, mas para mim e para outras mulheres com vulvas, ter prazer em se masturbar e gozar sozinha representa um dos passos mais importantes na emancipação sexual. Significa que nosso tesão não depende de outro corpo para ser satisfeito. A autonomia no sexo é real, explorar a relação sexual em busca de afeto ou simplesmente aliviar-se com um orgasmo casual são alternativas possíveis."
A autora Lovelove6, na introdução do encadernado





Desnecessário avisar, mas pelo título, já deu pra perceber que o assunto pode ser um tanto agressivo para certos(as) leitores(as).

Entretanto, não deveria ser assim. Mas não se preocupe, a culpa não é sua. O trabalho de demolição de certos conceitos absurdos que inculcam na gente desde criança  começa agora!




Se você não se incomodou com o título lá em cima, deveria ler Garota Siririca, independente do sexo, mas logicamente, se for menina, vai rolar aquela identificação com a personagem principal, que só existe pra validar que o conhecimento autoerótico é importante e necessário SIM. Agora, se você se incomodou com a temática que a HQ aborda, se só o título já escandalizou, aí é que você tem que ter contato com esse material MERRRMO!










Mas afinal, o que é a Garota Siririca? Uma super heroína nova???

De certa forma sim, se você considerar como trabalho super heróico o serviço de desconstrução no inconsciente popular a respeito desta visão medíocre e extremamente limitante da sexualidade feminina como algo sujo, impróprio, nocivo e inadequado. Esse dogma social de que a sexualidade do homem é ilimitada (pode tudo! até esporrar no pescoço de desconhecidas no ônibus! PQP, que judiciário é esse, mano... ainda não assimilei essa decisão salomônica...), mas a mulher precisa permanecer pura, casta e recatada. Então, sim a Garota Siririca é uma super heroína, e sua luta é árdua: a busca do prazer próprio e a erradicação da ignorância a respeito do próprio corpo, a afirmação do amor próprio, de gostar de seus próprios cheiros, seu próprio gosto, ouvir suas próprias vísceras e conhecer seus ciclos. Gozar sem culpas. Essa é uma batalha inspiradora que toda garota deveria travar e vencer. O mundo seria bem menos neurótico, eu garanto.





Mas falemos de seu alter ego, a quadrinhista, ilustradora e artista plástica Gabriela Masson, ou Lovelove6, ou lvlv6. Essa mana sempre teve como o foco de seu trabalho artístico a exploração da sexualidade feminina e as relações sociais de poder decorrentes desse sexismo tão grotescamente naturalizado nas bases da nossa sociedade. Gabriela começou ilustrando alguns fanzines, como o Artemis, e algumas webcomics. Inicialmente, Garota Siririca saía como uma dessas webcomics, e ilustrava as próprias aventuras masturbatórias da artista da infância à idade adulta (sim, crianças se masturbam! você não se lembra da sua mãozinha mexendo dentro da fralda????), suas descobertas com relação e este libertador contato íntimo consigo mesma, suas experimentações com brinquedos sexuais, inclusive acenando a possibilidade da cannabis sativa como mais um canal para incrementar todo esse prazer - dizem que a erva, além de ampliar a acuidade musical de quem a utiliza, tem efeitos afrodisíacos!!!





Seth McFarlane fazendo apologia às drogas rs



Lovelove6 fez tudo no estilo Grant Morrison de Traje Ficcional, ou sejE: a forma com que o autor se insere dentro de sua própria obra 2D (as histórias em quadrinhos), vivenciando as situações criadas por ele(e) próprio(a). É vestir o personagem para circular dentro da paisagem fictícia, basicamente. Posteriormente a Garota Siririca deixou de ser um avatar exclusivo de sua criadora e foi ampliada para retratar experiências de outras mulheres que a autora admira. Com o tempo, ainda foi adicionada mais uma camada à HQ: o viés político da obra, o que era realmente de se esperar, visto que é uma questão social delicada, que motivou a autora a quebrar todo esse silêncio e falta de informação em relação à masturbação feminina. Após publicar diversos episódios de Garota Siririca no blog da revista Samba entre 2013 e 2015, Lovelove6 iniciou a captação de recursos via Catarse para publicar esse álbum, que reúne vários episódios da webcomic pela primeira vez em uma edição física. O resultado é uma encadernação em brochura colorida, com papel em ótima gramatura. Um belo trabalho gráfico, onde atestamos que a arte de Gabriela funciona tanto no monitor quanto no papel, com sua técnica mista de grafite, canetas de diversas espessuras, o que faz com que seu traço seja bem versátil, e colorização via Photoshop. Além disso, o fato de a HQ ter conseguido ultrapassar a meta inicial de financiamento é um termômetro que indica que esse nicho tem público e é muito bom ver nossa produção independente nacional cada vez mais diversificada!!!

 "A intenção de publicar a Garora Siririca é que este material desperte a curiosidade de mulheres a respeitos de suas corpas*. Que façam mais amigas, mais alianças, mais quadrinhos ou quaisquer outras coisas, entre mulheres. Aumentar a representatividade, apostando na construção de um imaginário feminino feminista."
A autora Lovelove6, na introdução do encadernado  
* corpa é um termo original do lesbofeminismo latino. A intenção em seu uso é reconhecer o corpo da mulher como território político e marcar uma dissidência em relação às normas do heteropatriarcado.





Destaque aqui para a trilha sonora de Garota Siririca. Isso mesmo! a banda Belicosa, composta por minha amiga Letícia, Fefê, Bonnie, Prisley e Sofia compôs uma faixa título especial para a HQ, na vibe Riot Grrrl perfeita para acompanhar a leitura do gibi. Deixa aí um gosto de quero mais. Poderia ser um EP. Ou melhor, por que não um álbum conceitual inteiro dedicado à Garota Siririca??? pensando bem, um álbum duplo! De qualquer forma, brincadeiras à parte, essa colaboração intermídias entre as manas é sempre algo que me deixa bem animado, e só acrescenta pontos de consistência à obra!




Por fim, desencanem com o papo furado de culpa e pecado e inferno e blábláblá por um instante e considerem isso: se masturbar (também) faz parte do ritual de autoconhecimento humano. Assim como lemos livros, ouvimos música, viajamos, fazemos ioga, usamos drogas, praticamos bungee jump ou mesmo que só fiquemos sozinhos, quietos em um canto, no fim das contas, com o foco correto, tudo serve à jornada da auto descoberta. Nenhum momento é desperdiçado e tudo que vivenciamos acaba por nos construir como pessoas. Negar esse impulso é optar pelo esvaziamento de si mesmo, é não gerar o próprio conteúdo para se preencher, é, de certa forma, não desenvolver uma fração de sua identidade, e, em última análise, não saber quem é. Então meu conselho pra vocês? parem o que estão fazendo e vão bater uma. E depois disso vão ler garota siririca. Quem sabe vocês não aprendam uma coisinha ou duas.... e um grande "FODA-SE!" a quem quer cercear e fiscalizar a maneira como queremos nos relacionar com nossos próprios corpos!











"Mas no banho / Foi só me tocar / De repente / Lembrei do teu olhar"


terça-feira, 26 de setembro de 2017

OS BIG BOOKS DA PARADOX PRESS, ou "(mais) Dezessete razões para amar a DC!"






Por EDUARDO CRUZ


Quando a gente pensa em selos e subdivisões editoriais na DC Comics, pensamos principalmente na Vertigo. Claro, sendo (no passado) o selo mais bem sucedido da editora, excluindo-se, logicamente, a linha super heroística principal, não é difícil entender porque a maioria das pessoas faz essa associação imediata. Porém, a Vertigo não foi a única investida da DC fora do nicho mainstream de super heróis e afins. Inicialmente o selo Vertigo foi idealizado em 1993 para comportar histórias com teor mais adulto ou sem relação com a cronologia principal da editora, inclusive muitas histórias produzidas antes disso migraram posteriormente para o selo, como Skreemer, ou Hellblazer, por exemplo. Histórias de horror, ficção científica e qualquer outro gênero WTF que simplesmente não se enquadrasse nas Action Comics, Superman e Batman que saíam todos os meses, porém ainda assim títulos com potencial comercial. Vide os sucessos de sempre Sandman, Preacher, Fábulas, Transmetropolitan e por aí vai. As séries são discutidas por leitores ao redor do mundo até hoje, as coletâneas vendem bem até hoje. HQs direcionadas a um público que não o infanto juvenil, e ainda assim êxitos comerciais. Inegavelmente HQs mainstream, mesmo que com palavrões, sexo e violência e questões nada leves.



Mas até aí beleza, hoje em dia qualquer leitor novato conhece a trajetória da Vertigo, o foco das publicações e coisa e tal. O que nem tanta gente sabe é que existiram dois selos, também da DC comics, com propostas similares, que renderam ótimos títulos enquanto existiram. Um deles é o Piranha é um peixe voraz Press, que subsistiu de 1989 a 1993. Sob a batuta do editor Mark Nevelow, o selo foi uma tentativa da DC de publicar HQs alternativas. Para tanto, Nevelow focou não em trabalhar com nomes já estabelecidos da indústria de quadrinhos fazendo HQs alternativas, e sim aglutinar diversos artistas alternativos em projetos de graphic novels ousadas, ecléticas e experimentais. Assim como na Vertigo, os criadores tinham direitos assegurados sobre a obra. Além de várias graphic novels, a série longeva Beautiful Stories for Ugly Children foi um dos carros chefe da linha, e chegou à 32ª edição (e só de falar a respeito me dá vontade de reler tudo hehehe), tendo se encerrado junto com a própria Piranha Press.



"Why I Hate Saturn", do inigualável Kyle Baker!

Isso aqui é HQ sofisticada, não é pra gente da sua laia, não! Voltem pras suas mensais de super heróis! ;>)))


Mas se vocês acham que a história acaba com o fim do Piranha Press, se enganam. Ainda em 1993, Nevelow fica a cargo do selo que seria o sucessor do Piranha Press, batizado Paradox Press, e que teria o mesmo foco do Piranha: graphic novels autorais produzidas por autores independentes, fora do gênero de super heróis, e que não possuíssem os elementos de horror, fantasia e ficção científica da linha Vertigo. Graphic Novels como Uma História de Violência e Estrada para a Perdição, ambas mais famosas por suas versões cinematográficas do que as próprias HQs, são alguns dos títulos mais conhecidos do selo.


Paradox Press


"Uma História de Violência", adaptada para o cinema por David Cronenberg


"Estrada Para a Perdição", adaptada para o cinema por Sam Mendes

Mas o troféu de "material WTF" da Paradox Press fica por conta da série Factoid Books, uma antologia de álbuns divididos em temas. Uma espécie de enciclopédia de fatos, acontecimentos e personalidades bizarras e incomuns. Publicados entre 1994 e 2000, cada volume é um Big Book of... trazendo um tema específico, com várias histórias de 1 a 4 páginas cada, um belo trabalho de pesquisa histórica - o lado B da História da humanidade, pra ser mais preciso -, os volumes são compilados e roteirizados por nomes como John Wagner, Doug Moench, Gahan Wilson, entre outros, com dados VERÍDICOS (exceto pelo de lendas urbanas, por razões óbvias) e todos ilustrados por nomes como Joe Sacco, Arthur Adams, Sergio Aragonés, David Lloyd, Bryan Talbot, Tony Harris, Peter Kuper, Steve Dillon, Paul Pope, J. H. Williams, Kevin Maguire, Seth Fischer, Charles Vess, Dave Cooper e até mesmo um novato chamado Frank Quitely ;>). A lista é imensa e quase todo artista bom (e até uns fraquinhos) que vocês puderem imaginar dos últimos 30 anos desenhou pelo menos uma história em um Big Book da Paradox Press...


Um Quitely em início de carreira ilustrando de lendas urbanas...
... até a sofrida biografia de John Merrick, o Homem Elefante.

A série teve estupendos dezessete volumes publicados, com previsão para um décimo oitavo, The Big Book of Wild Women tendo sido anunciado, mas que nunca chegou a ser lançado. Os volumes da série Factoid Books, por ordem cronológica de publicação, são:



The Big Book of Urban Legends

 


Publicado em 1994, com Robert Boyd, Robert Loren Fleming e Jan Brunvand como escritores, o Big Book das Lendas Urbanas ganhou o Eisner de 1995 de Melhor Antologia. O livro reúne 200 contos reunidos por Brunvand de nosso folclore contemporâneo, as lendas urbanas, todas aquelas histórias que aconteceram com "um amigo de um amigo".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Weirdos

 

 


Publicado em 1995 and escrito por Carl Posey, o Big Book dos Esquisitões traz a biografia ilustrada de 67 dos maiores excêntricos do mundo. Figuraças como Nikola Tesla, Calígula, Henry Ford, Harry Houdini, o Marquês de Sade, entre outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Death

 



Publicado em 1995 e escrito por Bronwyn Carlton, o Big Book da Morte já começa mostrando os segredos e bastidores dos métodos de execução - do enforcamento à cadeira elétrica. Em seguida aborda suicídio bizarros, mortes estranhas, métodos de sepultamento e o grande além vida. Também desvenda a origem da guilhotina, mostra como funciona a preservação de corpos por criogenia e nos mostra que até mesmo um queijo pode ser usado como arma fatal (!?!?).

 

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Conspiracies

 

 

Publicado em 1995 e escrito por Doug Moench, o Big Book das Conspirações venceu o Eisner de 1996 de Melhor Antologia. O livrão foca em conspirações  e esquemas de encobrimento, como o escândalo Watergate, o escândalo Irã-Contras, e os assassinatos de John F. Kennedy, Malcolm X, Robert Kennedy e Martin Luther King. O livro investiga todos esses esquemas e muitos mais, transitando pelo real e fatos "imaginários" para explicar como forças obscuras - incluindo a CIA, a Maçonaria, os Illuminati e até mesmo os extraterrestres - podem estar conspirando para moldar o mundo segundo seus interesses.

 

 

 

 

 

The Big Book of Freaks 

 



Publicado em 1996 e escrito por  Gahan Wilson, o Big Book das Aberrações traz várias histórias de pessoas com características  ímpares e interessantes, das aberrações de circo à criaturas mitológicas - como ciclopes e gigantes -, os protagonistas do filme maldito Freaks, do diretor Tod Browning e o empresário circense P. T. Barnum, sem esquecer, é claro, de John Merrick, O Homem Elefante.

 

  


 

 

 

The Big Book of Little Criminals

 



Publicado em 1996, o Big Book dos Criminosos Pé-de-Chinelo detalha a biografia de alguns dos meliantes mais incompetentes do mundo, como Shanghai Kelly, que sequestrava homens e os forçava a trabalhar em navios. Também há histórias de falsificadores dos tempos coloniais, o falsário dos diários de Hitler, e um vigarista que quase foi bem sucedido na venda de Portugal (sim, o país!!).

 

 

 

 

 

  

The Big Book of Hoaxes

 



Publicado em 1996, o Big Book dos Embustes aborda os maiores embustes, pegadinhas e esquemas de trapaça da História, incluindo casos notáveis como o de Mary Toft, a "Mamãe Coelha", que convenceu a corte da Inglaterra de ter dado à luz a pelo menos dezesseis coelhos. Outros embustes relatados no livro incluem Charles Ponzi e seus esquemas de enriquecimento rápido, a infame "Princesa Caraboo," os diários de Hitler, e um plano para serrar Manhattan ao meio.

 

 

  

 

 

The Big Book of Thugs

 



Publicado em 1996 e escrito por  Joel Rose, o Big Book dos Bandidos documenta criminosos que conseguem o que querem não por meio da esperteza, e sim através de ação direta e pura força bruta, incluindo os Thuggees (de onde deriva o termo "Thug", do inglês) da Índia, Os Hashishin do Oriente Médio, a "Ohio Gang," e os "Night Terrors", bem como muitas outras gangues e bandos criminosos notórios.

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Losers

 



Publicado em 1997 e escrito por Paul Kirchner, o Big Book dos Perdedores é a prova de que o azar dos outros (como Elisha Gray, que inventou um protótipo de telefone antes de Alexander Graham Bell, mas foi esquecido pela história) realmente pode ser divertido.

 

 

 

 

 

 

 

 

The Big Book of The Unexplained

 



Publicado em 1997 e escrito por  Doug Moench, o Big Book do Inexplicado tem como narrador o espectro de Charles Fort (um escritor falecido e pesquisador de fenômenos anormais). Histórias de animais impossíveis, continentes perdidos, e fenômenos bizarros, como a maldição da múmia, dinossauros vivos, o Monstro do Lago Ness, abduções alienígenas, o Pé-Grande e chuvas de sapos (!?!?!).

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Martyrs

 



Publicado em 1997 e escrito por  John Wagner, o Big Book dos Mártires examina as vidas e mortes de mártires cristãos, incluindo São Valentim, Joana D'Arc, Santa Úrsula e São Jorge, com todos os detalhes grotescos de seus martírios. O último capítulo fala de pessoas que foram torturadas por sua fé em tempos mais recentes, demonstrando que o fanatismo religioso não é algo do passado..

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Scandal!

 



Publicado em 1998 e escrito por  Jonathan Vankin, o Big Book dos Escândalos chafurda no mundo sórdido das notícias de tablóides em tretas que destruíram carreiras, empresas, casamentos e vidas. Fatty Arbuckle, Charles Chaplin, John DeLorean, Richard Nixon, Oliver North, e O.J. Simpson são alguns dos retratados.

 

 

 

 

 

  


 

The Big Book of Bad

 



Publicado em 1998, o Big Book do Mal é escrito por Anina Bennett, Jonathan Vankin e Paul Kirchner. Esse décimo terceiro volume da coleção examina o mal em diversas formas, como Heinrich Himmler, o arquiteto da "Solução Final" dos nazistas, os depravados imperadores da Roma Antiga, como Calígula e Heliogábalo, além de diversos serial killers. Por fim, o livro dedica espaço a vilões da ficção como Professor Moriarty, Lady Macbeth e Drácula.

 

  

 

 

 

 

The Big Book of The Weird Wild West

 



Publicado em 1998 e escrito por  John Whalen, o Big Book do Velho Oeste Estranho traz mais de sessenta histórias de fatos incomuns, bizarros e simplesmente pavorosos que aconteceram na fronteira norte americana no tempo das diligências. Histórias de personagens do Oeste como George Maledon, "O Príncipe dos Carrascos", homossexualidade entre cowboys (supostamente) machões, e vários dos fantasmas que assombraram o Velho Oeste.

 

 

 

 

 
 

The Big Book of Vice

 



Publicado em 1998 e escrito por  Dave Stern e Steve Vance, o Big Book do Vício examina o álcool, as drogas, o tabaco, sexo e a jogatina. Os temas variam desde a história do tabaco, escravidão sexual, até a origem das máquinas de pinball.

 

 

 

 

 

 

 

 

The Big Book of Grimm

 



Publicado em 1999 e escrito por  Jonathan Vankin, o Big Book dos Grimm examina os contos de fadas. Vankin transcreve as versões originais, não-Disneyficadas dos contos que os irmãos Grimm coletaram no século XIX, detalhando abuso infantil, incesto, canibalismo, membros mutilados e olhos arrancados.

 

 

 

 

 

 

 

 

The Big Book of The '70s

 



Publicado em 2000 e escrito por  Jonathan Vankin, o Big Book dos anos 70 documenta dez anos de "cafonice e tumulto". Da música disco à moda do poliéster, o último Big Book da coleção lista as tendências, personalidades, gírias e a insanidade social que infectou a década de 70 (bem como a Guerra do Vietnã e alguns filmes clássicos).













Wild Women

O décimo oitavo volume dos Factoid Books seria The Big Book of Wild Women, programado para 2001, e traria a história de vida de mulheres notáveis que sacudiram o status quo e influenciaram sua sociedade de alguma forma, ultrapassando as fronteiras do comportamento convencional da época. Entre as abordadas, veríamos a deusa dos filmes B Tura Satana, a lendária Cleópatra, a polêmica escritora Anais Nin, e a rainha das Pin-ups Bettie Page. Entretanto, a DC mantém o status da publicação no estágio de "pré-produção", mesmo que boa parte do livro já estivesse pronta na época. Só resta chorar...


Biografia de Zsa Zsa Gabor, do volume que não chegou a ser publicado, The Big Book of Wild Women


A primeira vez que tive contato com um Big Book da Paradox Press foi por mero acaso, láááááá em 2001, remexendo numa das muitas caixas de gibis na lendária Comicmania, uma convenção de quadrinhos que costumava acontecer no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e tentava manter uma periodicidade anual, embora nem sempre conseguisse isso, infelizmente. Entre os tesouros gringos que o organizador da convenção conseguia trazer, encontrei essa HQ de formato magazine, que prometia ser um compilado das lendas urbanas mais conhecidas já espalhadas por aí. Levei na hora! Uma passada com menos atenção pelas caixas de HQs enfileiradas e talvez eu não tivesse conhecido essa série sensacional, e essa seria uma realidade alternativa mais triste pra mim rs. Passei os cinco anos seguintes caçando e lendo o restante da coleção, e digo com força que essa série é um tesouro a ser descoberto pelas novas gerações! Espero que esse post tenha ajudado a lançar uma luz nesse cantinho escuro da DC Comics.


Uma breve história da vida de Calígula. Arte de John Ridgway.

A clássica lenda urbana do mão de gancho, arte de Hunt Emerson!

Aragonés ilustrando os maiores mistérios sem solução de todos os tempos!



Arte de Arthur Adams

Um material excelente e que vai fascinar os aficionados por História logo na primeira leitura, esses Big Books, apesar de nunca terem ganho reimpressão, são obscuros o suficiente para nunca haver gerado interesse da parte dos especuladores (ainda!), e por isso é possível encontrar a grande maioria dos volumes bem baratinho na internet e mais fácil ainda achar as scans, ainda que em inglês, bastando aos aventureiros mais paciência do que necessariamente dinheiro para a empreitada (se bem que a 5 ou 6 dólares cada livro, vezes dezessete... aí começa a complicar rs). 



Rick Geary ilustrando a história da Ku Klux Klan

Mortes estranhíssimas, todas reais, pode pesquisar!


"Silêncio", de Martin Scorcese??? A DC fez primeiro!!!

Digam o que disserem da produção da DC de hoje em dia, mas iniciativas editoriais como o Piranha Press, Paradox Press, e o Epic da Marvel são os registros - já fossilizados - que demonstram que as grandes editoras um dia já tiveram a coragem para ousar mais, buscar outras fatias do público e do mercado leitor de quadrinhos, o que era tão benéfico para eles quanto para nós. Para quem já começou a ler em plena era Guerra Civil da Marvel e das sucessivas crises da DC pode não fazer diferença, já que nessa época estas iniciativas já estavam todas extintas, mas para quem ainda teve tempo de ver esses magníficos animais nascendo, vivendo mal e mal e morrendo, bate uma ponta de tristeza por presenciar essa diversidade, que já era pouca, minguar ainda mais. Estamos no aguardo aqui por uma nova era de ouro de pirações editoriais e o brilhantismo dos artistas certos para transformar o corriqueiro em fantástico e o fantástico em épico, em novas combinações artísticas e narrativas que tirem essa mídia tão querida da estagnação e das fórmulas repetitivas.


Só eu acho esse logo mais feio do que bater na mãe em noite de natal???