segunda-feira, 24 de julho de 2017

DUNA, de Frank Herbert, ou "Viajando sem se mover"






Por EDUARDO CRUZ


"Eu não temerei.
O medo é o assassino da mente.
O medo é a morte pequena
que traz a total obliteração.
Eu enfrentarei meu medo.
Permitirei que ele passe sobre mim
e através de mim.
E quando houver passado
voltarei meu olhar interior
para ver sua trilha.
Para onde o medo se foi,
não haverá nada.
Só eu restarei."
Litania do Medo
Ordem das Bene Gesserit


Então suponha que você já leu a trilogia de O Senhor dos Anéis, os sete livros do Harry Potter, os cinco da saga do Guia do Mochileiro das Galáxias, e também seguiu nossas sugestões da Trilogia Robótica e da Saga da Fundação, ambas de Isaac Asimov. Além disso, também já passou pela trilogia Neuromancer / Count Zero / Mona Lisa Overdrive, de William Gibson, e já leu até a saga Crepúsculo (Ei amiguinhos, não estou aqui pra julgar! :>))))), e passado, depois de terminar cada um desses, por aquele período de abstinência em que a gente se sente meio viúvo(a)/órfã(o) depois que termina um tour prolongado por um universo ficcional, e agora está se perguntando com qual grande saga literária vai se comprometer a seguir. A sugestão da vez aqui na Zona Negativa é Duna, de Frank Herbert. 

Frank Herbert


Publicado em 1965, Duna é um clássico da ficção científica que retrata um futuro distante governado por um único imperador, Shaddam IV. Em uma espécie de feudalismo futurista, o imperador possui várias casas de nobres subordinadas a ele, e estas casas governam sistemas planetários. Mas apesar de sua história situada no futuro, vemos em Duna um retrofuturismo diferente, onde todos os avanços tecnológicos são biológicos/genéticos ou analógicos. Isso mesmo, não há computadores ou robôs, uma vez que em um passado distante, a humanidade padeceu à tão famosa revolução das máquinas (que se aproxima a qualquer momento!), e após este incidente, máquinas que suplantem a capacidade de raciocínio humano foram banidas. Algumas disciplinas e ordens que visam o desenvolvimento do potencial humano, como os Mentats, homens treinados para utilizar suas mentes como computadores, e as Bene Gesserit, uma ordem matriarcal que lembra um cruzamento entre cavaleiros Jedi e freiras católicas, especializadas em dons psíquicos, como detectar mentiras, influenciar vontades, dentre outras técnicas, desempenham um papel importante nesta estrutura política sem computadores e inteligências artificiais. 



Neste universo sem máquinas capazes de realizar cálculos complexos, como é possível navegar por entre as estrelas? Graças à especiaria, também conhecida como Melange. Este é o grande trunfo do império, e a base de toda a economia neste universo se deve à extração/refinamento/comércio da especiaria. O Melange concede benefícios fabulosos a quem o consome: amplia a percepção, prolonga a vida, permite a seu usuário visualizar o futuro imediato, possibilita certo grau de telepatia, possibilita viagens espaciais sem o auxílio de computadores de navegação, entre muitos outros benefícios. O único porém é que esta substância - da qual muito pouco se conhece a respeito da real procedência - existe em um único planeta do universo: o desértico Arrakis, também conhecido como Duna. O planeta sofre com a escassez extrema de água, além de ser infestado de gigantescos vermes do deserto que atacam qualquer coisa que produza vibrações no solo. Devido a estas condições o Melange é muito raro e muito caro. Logo, quem controla Arrakis, controla o Melange. E quem controla o Melange, controla o universo!




Descortinado esse cenário, acompanhamos Paul, o jovem herdeiro da casa dos Atreides. Seu pai, O Duque Leto Atreides é ordenado pelo imperador a abandonar seu planeta natal, Caladan, e se mudar para Duna. A partir desse momento a casa Atreides é a responsável pela extração de especiaria no planeta, anteriormente administrado pelos Harkonnen, casa rival dos Atreides. Obviamente a transição de poder dá errado, e após eventos catastróficos, Paul e sua mãe, Lady Jessica - consorte do Duque Leto e que também é uma sacerdotisa Bene Gesserit - são obrigados a fugir para o deserto. Lá, Paul e Lady Jessica são acolhidos pelos Fremen, o povo nativo de Arrakis, arredios e desconfiados, um povo com uma cultura erigida em torno de um conceito: a escassez de água. Os Fremen desenvolveram toda a sua tecnologia com o intuito de extrair água de fontes aparentemente impossíveis, como os dejetos de seus próprios corpos, o orvalho da madrugada e até de seus mortos! Para eles, a água é ainda mais valiosa do que a especiaria. E é entre os Fremen que Paul amadurece, desenvolve seus dons através do uso do Melange e trama sua vingança contra os Harkonnen, e por extensão, contra todo o império...


O trajestilador, a vestimenta que recicla a água do próprio corpo 

Fremen, o povo casca grossa do planeta deserto.

Design de conceito dos personagens, de um dos vários projetos de adaptação que não saíram do papel.

Agora, junte todos esses elementos políticos, sociais, culturais, filosóficos e religiosos dentro desse barril de pólvora que é o planeta Arrakis, adicione todas essas variáveis causadoras de tensão, como as maquinações escusas do imperador, a guerra pelo controle do Melange, as conspirações vindas de todos os lados e já dá pra começar a calcular a proporção da trama. Tão eletrizante quanto Fundação no que tange às relações políticas, mas as comparações terminam por aí. Universos diferentes, mas a mesma natureza humana, fazendo cagadas universo afora.



A editora Aleph, uma das mais proeminentes no nicho de ficção científica por aqui lançou anteriormente três dos seis livros da saga de Herbert, todos em brochura. Entretanto esse ano decidiram republicar novamente a partir do primeiro livro em uma edição ainda mais bonita do que a anterior, que conta ainda com uma pequena introdução escrita por Neil Gaiman, em capa dura. Uma segunda chance pra quem perdeu a tiragem anterior, como o meu caso rs. Até o momento desse post já se encontram disponíveis nas livrarias Duna e Messias de Duna nesta nova padronização.


A imponente nova edição de Duna, da editora Aleph!

:)))


Nos anos 70, o produtor Michel Seydoux adquiriu os direitos de adaptação de Duna e prontamente tratou de colocar o projeto nas mãos do diretor chileno Alejandro Jodorowsky, pai dos midnight movies, conhecido por El Topo, The Holy Mountain, Fando y Lis, Santa Sangre.... Jodo logo pirou forte, como é de seu costume, e torrou boa parte do orçamento com drogas contratando artistas para tranpôr os conceitos grandiosos do livro para o filme, gente do calibre de H. R. Giger, Chris Foss e Moebius, entre outros monstros. 


Pôster do melhor filme que jamais existiu...

Jodorowsky concebeu seu Duna como um filme de 14 horas de duração, que teria trilha sonora composta por Tangerine Dream, Pink Floyd, Magma e outros músicos conceituados. O elenco também era fabuloso: nomes como Orson Welles, Udo Kier, David Carradine, Mick Jagger, Salvador Dali - no papel de Imperador do universo, e que exigiu um cachê de US$100.000,00 por minuto de aparição em tela!!! - e o próprio filho do Jodo, Brontis Jodorowsky no papel de Paul Atreides, foram escalados para o filme, que nunca chegou a sair do papel porque acabou la plata. O filme era, nas palavras do próprio Jodorowsky, uma livre adaptação da história de Herbert, uma vez que ele não havia lido o livro na época, e possivelmente nestes moldes seria tão bem sucedido quanto as adaptações posteriores, com uma proposta assim tão diferente do cinema comercial a que o grande público foi aculturado, ou sejE: existindo ou não, o Duna do Jodorowsky provavelmente também iria afundar. 

 Trailer de Jodorowsky's Dune, excelente documentário 
que relata a empreitada malfadada do diretor em tentar adaptar Duna.

Pelo menos a experiência serviu pra inspirar Jodorowsky a criar uma das maiores histórias em quadrinhos já produzida, ao lado do artista Juan Gimenez: A Saga dos Metabarões (completa aqui), mas isso é assunto pra outro post...


Meu primeiro contato com Duna foi ainda garoto: não sei ao certo quantas vezes assisti àquele filme dirigido por David Lynch, ou melhor, Alan Smithee, pseudônimo usado por diretores em Hollywood que preferem permanecer incógnitos, evitando que sua filmografia seja associada a certos trabalhos. Apesar do orçamento gigantesco e do elenco cheio de nomes respeitabilíssimos como Max Von Sydow, Patrick Stewart, Jurgen Prochnow e até o John Constantine Sting, o filme afundou nas bilheterias e foi massacrado pela crítica.  Não considero esta adaptação tão terrível quanto Lynch e o resto do mundo; na pior das hipóteses o filme serviu para que minha leitura do livro não fosse tão confusa, uma vez que eu já  estava familiarizado com todos aqueles conceitos há anos, gastando a fita VHS da locadora aqui do bairro. Claro que a adaptação deixa a desejar, cheia de momentos confusos e mal estruturada, além de vários efeitos especiais que podem ser considerados vagabundos, dado o orçamento do filme, entre outros defeitos, mas tenho um certo apreço sentimental por essa adaptação mesmo assim hehehe.


Trailer de Duna

Filme completo, em inglês e sem legendas.
Não esperem por um Twin Peaks aqui hehehe 
Pôster promocional do filme

Em 2000, mais uma adaptação, dessa vez pelo canal Sci-Fi. Essa adaptação foi produzida em forma de mini série em três partes, que engloba os acontecimentos do primeiro livro. Se é boa? sinceramente, nunca terminei de assistir, mas é a mais elogiada das adaptações pelas internetes afora. Vou deixar o link da mini série completa aí embaixo, se vocês tiverem coragem e cinco horas pra gastar.

 Mini série completa e legendada.

Por fim, notícias recentes já apontam o diretor Denis Villeneuve, diretor de A Chegada e o vindouro (e desnecessário?) Blade Runner 2049 como o diretor de uma nova tentativa de adaptação do livro de Herbert. Vamos ver no que vai dar dessa vez...


Arte conceitual de Chris Foss para a adaptação de Jodorowsky, nunca realizada.

Apesar das grandes diferenças entre as tramas, uma coisa que Duna tem em comum com a saga Fundação é a capacidade de penetrar tão profundamente na cultura pop, a ponto de vermos sua influência onde menos se espera, como por exemplo, no terceiro disco do grupo Jamiroquai, que faz uma referência à viagem interestelar utilizando o Melange, na faixa título Travelling Without Moving. 




Ou ainda: As bandas Harkonnen... 



... e Vladimir Harkonnen! 



Eu pediria pra não confundirem as duas aqui, mas eles não facilitaram, né? 
Eu pessoalmente, prefiro a Harkonnen já faz uns anos...


Se eu preciso explicar a referência aqui? Não, né!


Os vermes de areia da cultura pop que você conhece e respeita...

Duna também foi adaptado oficialmente em pelo menos cinco ocasiões para videogame (sem contar as modificações feitas por fãs!), dentre elas destaco Dune - The Battle for Arrakis. Passei horas e horas em meu emulador de Mega Drive tentando manter minha refinaria de Melange longe das mãos gananciosas daqueles malditos Harkonnens!! Nesse link dá pra jogar online, se vocês ficaram  curiosos com o potencial viciante desse jogo de estratégia. Apesar dos gráficos precários (o jogo é de 1992!), a ação e dificuldade de Dune - The Battle for Arrakis cativam o jogador até o final! Isto é, caso vocês consigam terminar hehehe.


Um pequeno gameplay de Dune - The Battle for Arrakis

Também dá pra se aventurar a jogar no universo de Duna em forma de card games e board games, qualquer que seja a sua praia, estando com o inglês em dia e algum $$$ para garimpar no ebay. Nos anos 90 a produtora Last Unicorn Games desenvolveu um RPG baseado no universo de Duna, mas por uma questão legal relacionada a licenciamento, o jogo teve uma única tiragem e nunca mais foi relançado, e hoje alcança preços absurdos no ebay. Mais detalhes sobre essa treta aqui.

O raro (e caro!) RPG de Duna jamais relançado...

Duna é uma rara mescla perfeita entre ficção científica e fantasia, uma obra que flerta de forma primorosa com a filosofia, política, religião e ecologia sem se tornar maçante em momento algum. Uma iguaria única que eu recomendo com força e sem medo! E se ainda assim bater um receio quanto a se vale a pena ou não se perder nas quase 700 páginas do primeiro volume dessa saga incrível, volte até o topo desse texto e recitemos juntos a litania contra o medo. Agora siga em frente e não adie mais sua viagem a Arrakis, mas cuidado onde pisa, ou os vermes da areia vão te engolir! 
Eu volto na resenha da sequência, Messias de Duna. Até lá!




quinta-feira, 6 de julho de 2017

CONTOS REUNIDOS DO MESTRE DO HORROR CÓSMICO H. P. LOVECRAFT





Por EDUARDO CRUZ


E aí macacada cultista de Cthulhu??? 
Estamos de volta, depois de um longo e tenebroso inverno (quer dizer, na verdade ainda estamos no meio do inverno, mas me deixem em paz com minhas figuras de linguagem, vá!) sem postar nada durante todo o mês de junho (fora o post de Injection! já leu??). Agora estamos de volta com desculpas, explicações e justificativas. Nossas desculpas e explicações são razões pessoais mesmo. De minha parte, tenho trabalhado muito ultimamente, o que aniquilou o tempo que normalmente eu tenho para escrever aqui, e o Ricardo estudando feito um condenado (se não me engano ele cursa História da pornografia agrária do século XIV, e junho é época de provas). Mas não conseguir tempo para escrever não é o mesmo que não conseguir ler nada aqui na Zona! E isso, pelo menos, eu não deixei de fazer. Fora um ou outro gibi esporádico, desde o post dissecando o primeiro volume de Providence, mergulhei fundo na leitura da produção textual de H. P. Lovecraft (mais uma vez! só preciso de uma desculpa pra (re)ler Lovecraft :)))), e só tenho conseguido agora, em julho, sair aos poucos desse estado catatônico literário, pegando finalmente os outros livros que estão aqui na fila de leitura, para fazer os próximos posts da Zona Negativa, e assim, aos poucos vamos voltando àquela rotina que estávamos acostumados por aqui ;>).  


Quem acompanha o blog há algum tempo já sabe que aqui somos leitores doentes de Lovecraft meeeeeerrrrrrmo, e não vamos descansar enquanto os mitos de Cthulhu não estiverem todos armazenados em nossas mentes, corações e estantes heheheh. Mas não precisa acreditar na gente se não quiser. O que Neil Gaiman declarou a respeito de Lovecraft sintetiza toda a importância e reverência em torno desse grande escritor: 

"Ele definiu os temas e obssessões de horror do século XX, e ao entrarmos no século XXI ele se mantém presente."

As editoras brasileiras têm dado um tratamento cada vez mais digno à obra de Lovecraft por aqui. Da editora Iluminuras, passando pela Clock House, não podemos esquecer daquelas edições belíssimas da Hedra, e mais recentemente o tijolo monstruoso da Martin Claret; enfim, o pai do horror cósmico tem recebido cada vez mais destaque no mercado editorial brasileiro, e o novo tributo à obra de HPL a sair por aqui é o volumão "H. P. Lovecraft - Contos reunidos do Mestre do Horror Cósmico", da editora Ex Machina. O projeto foi bancado via financiamento coletivo no Catarse e é o mais novo objeto de desejo dos aficionados por Lovecraft. O livro simplesmente abarca toda a prosa curta de Lovecraft, ou sejE, todos os seus contos e noveletas, com exceção de obras mais extensas, como as novelas "Nas Montanhas da Loucura", "A sombra Vinda do Tempo", "Um Sussurro nas Trevas", entre outros, excetuando-se também textos em que escreveu em colaboração ou como ghost writer. O livro já mostra a que veio na introdução escrita por S. T. Joshi, o maior especialista e pesquisador de H. P. Lovecraft da atualidade (também autor da biografia), e que também supervisionou a divisão dos contos em blocos temáticos. Em pouco mais de 600 páginas, o livro apresenta 61 histórias(!!!), cada uma precedida de uma pequena sinopse, e divididas em ciclos:

  • Ciclo de Cthulhu, com as histórias relacionadas ao seu panteão de entidades horrendas, os mitos de Cthulhu; 
  • Ciclo dos Sonhos, com os contos relacionados ao viajante do sonhar Randolph Carter, além de outros de seus contos com aquela mescla perfeita entre fantasia e horror; 
  • Miscelânea, que reúne contos diversos em vários momentos diferentes de sua (curtíssima!) carreira literária (Sim, aqui tem "Herbert West: Reanimador"!!!!); 
  • Juvenília, seção que reúne algumas histórias escritas por HPL ainda em sua adolescência. 

Como se isso já não bastasse, essa edição ainda conta com apêndices incríveis, como ensaio biográfico, ensaios críticos, filmografia, iconografia, um bestiário lovecraftiano, tudo com a colaboração dos maiores estudiosos de literatura fantástica e da obra de H. P. Lovecraft do Brasil, como Nathalia Scotuzzi, Guilherme da Silva Braga, Marcello Branco, Silvio Alexandre, entre outros. A organização do volume é de Bruno Costa, o mesmo responsável pelas edições da Hedra.





Com preguiça de digitar isso tudo, acabei tirando fotos do sumário mesmo rs.

Inexplicavelmente, o conto "A Coisa na Soleira da Porta" ficou de fora dessa edição. Uma história excelente e curtinha, como era a proposta do livro. Mas ainda assim é de fato a mais ambiciosa publicação de H. P. Lovecraft já lançada em língua portuguesa, um item de colecionador fantástico, e com extras igualmente impressionantes. Mais do que apenas para fãs de Lovecraft, indispensável para qualquer fã de literatura fantástica e horror. 


"Lovecraft - Fear of the Unknown", excelente documentário sobre a vida e obra do escritor, com participações de Neil Gaiman, Stuart Gordon, John Carpenter e outros. Completo e legendado.

E vocês acham que parou por aí? A Darkside Books, aquela editora com o catálogo deliciosamente dark e as capas incríveis, também já anunciou que vai publicar algo do escritor ainda em 2017, pela linha Medo Clássico - que já publicou uma coletânea de Edgar Allan Poe e "Frankenstein", de Mary Shelley -, mas até o momento ainda não há detalhes sobre como vai ser esta publicação. Aguardamos ansiosos por mais uma coletânea de HPL nas livrarias...



Como eu disse anteriormente sobre "Neuromancer", e o raciocínio se aplica com perfeição também a H. P. Lovecraft: estivemos expostos a vida inteira a produtos da indústria do entretenimento que foram derivados direta e indiretamente da literatura de Lovecraft, então que tal dar uma chance ao material original que inspirou obras diversas como "O Enigma do Outro Mundo", "Re-animator", "Stranger Things", "Hellboy", "Uzumaki", "The Void", entre outras dúzias de filmes, séries, HQs, jogos, mangás, músicas, etc?



E aí? foi ou não uma boa desculpa pra passar um mês sem postar? Eu faria tudo de novo. E farei. Então, quando eu sumir de novo, vocês já sabem que mais uma vez fui tragado pelos Mi-Go para um tour por Kadath, Carcosa, R'lyeh, Dunwich, Salem, Innsmouth.... Quando Cthulhu chama, você tem que atender!