sexta-feira, 16 de novembro de 2018

BLACK CLOVER, de Yûki Tabata



                                                                                                               Por Ray Junior


"E na quinta folha reside o Demônio."

Asta e Yuno são órfãos que foram criados juntos numa igreja em um vilarejo remoto chamado Hagen, que fica no reino de Clover. Vivem num mundo onde todos possuem poderes mágicos em diferentes níveis, sendo eles o elemento decisivo para estabelecer hierarquias e fazer distinção de grupos. Asta nasceu sem nenhum, enquanto Yuno se mostra um prodígio com imenso poder mágico e talento pra controlá-lo. Ambos aspiram se tornar o Rei Mago, que lidera a Ordem dos Cavaleiros Mágicos do reino. A jornada dos garotos se inicia quando atingem idade suficiente para receber seus grimoire e prestar o exame de admissão da Ordem.

Tudo começa com uma promessa...

Criado e ilustrado pelo mangaká Yûki Tabata, o manga é publicado originalmente na Shonen Jump semanal, licenciado e publicado no Brasil pela editora Panini. Sendo um manga do gênero shounen, Black Clover mantém a estrutura de outras séries de sucesso do gênero e dialoga facilmente com fãs de Fairy Tail, Dragon Ball e Naruto, por exemplo. Por outro lado, seguir rigidamente a fórmula de sucesso de outros, prejudica a narrativa com clichês nesses primeiros capítulos, apesar de uma boa construção de cenário e apresentação dos  personagens centrais,definindo-os com personalidades distintas logo no início, além de cenas de luta empolgantes e um bom timming para as piadas. Infelizmente não é possível evitar o “eu já li isso antes” em determinados trechos e a previsibilidade e falta de inovação, mostram ser um problema que o autor precisará resolver logo de cara.

A mente criminosa por trás de Black Clover

Asta é o típico protagonista de shounen, determinado e focado nos seus objetivos, o sujeito que ouve de todos que nunca irá conseguir mas que usa isso como combustível para seguir em frente e nunca desistir. Apesar da mesma origem humilde, as coisas são muito mais fáceis para Yuno, que funciona como um contraste que valoriza as pequenas conquistas graduais de Asta. Após serem escolhidos por seus grimórios mágicos, o lendário livro do trevo de quatro folhas para Yuno e o surrado grimoire antimagia do trevo de cinco folhas para Asta, ambos passam nos testes para serem admitidos em alguma Ordem Mágica. A respeitada divisão da “Aurora Dourada” (sim, referência a AQUELA Golden Dawn) é o destino de Yuno, enquanto a única opção de Asta são os rebeldes e desajustados “Touros Negros Selvagens”, comandados por um líder igualmente disfuncional. Depois de algumas situações inusitadas, Asta é acolhido pelo restante do grupo e inicia seu treinamento e missões.

"Touros Negros Selvagens", aquele grupo de magos que você respeita


A expectativa boa para Black Clover é que algumas boas pontas na trama se desenvolvam, como o problema do abismo de desigualdade entre classes (a aristocracia detém grande parte do poder da magia e com isso oprime as classes desfavorecidas) e explorar essa questão certamente será uma bola dentro do autor. Aqui temos uma série com potencial mas que precisa urgentemente inovar e apresentar suas próprias características aos fãs.



Elite sendo elite


"Não sei usar magia, mas tenho uma espada gigante que o grimório do cramunhão me deu"


Publicada desde 2015 no Japão, o título tem periodicidade semanal e ainda está em andamento com 16 volumes, já tendo alcançado sucesso para uma adaptação em anime que começou a ser produzida em 2017. A edição da Panini é bimestral, com 192 páginas, pelo preço de R$21,90.








Nenhum comentário:

Postar um comentário