Por EDUARDO CRUZ
Nesse sábado estive na CCXP, como
prometido no post anterior, e prometemos também comentar sobre o que vimos de
novo e de interessante no evento. Porém, contudo, todavia e entretanto, como
não somos celebridades da “nerdosfera”, fomos com nossa humilde credencial “pé
no chão”, como todos os outros pagantes. O que isso significa? Sem acessos
especiais, nem VIPs, nem área nobre, nem camarote, nem champagne caro, drogas ou
prostitutas tailandesas pra nós aqui na Zona. Curtimos o evento do mesmo jeito
que você amiguinho(a), que também pagou e foi na cara e na coragem. Entramos
pela mesma porta que vocês, quase não conseguimos pegar nenhum autógrafo,
exatamente como vocês, e também desistimos de algumas atrações e estandes por
causa da fila intimidadora, exatamente como vocês! “Ué, então porque diabos eu
deveria continuar lendo esse post, se você não deu uma fungada no pescoço do
Frank Miller fazendo cosplay de Freddy Krueger?”, vocês me perguntam. Ora, e se eu te dissesse que ainda assim
valeu a pena?
O Omelete, organizador do evento, divulgou que a CCXP deste ano seria ainda maior que as edições anteriores. Eu não saberia dizer, já que essa foi nossa primeira vez em uma CCXP, então não temos parâmetros para comparar. Não sei se foi realmente “maior”, mas posso afirmar que foi “GRANDE”! Dentro de todo o imenso leque de tudo que abarca a cultura pop, faltou pouca coisa a ser lembrada ou reverenciada de alguma maneira no evento. Dos medalhões DC/Warner e Marvel/Disney, a coisas diversas entre si como Doctor Who, Super Mario Bros, Maurício de Souza Produções, boas novidades como a série “Westworld”, da HBO e os lançamentos quentes de cinema do ano que vem. Ah, e não nos esqueçamos também o incrível “bairro anime”, o espaço do pavilhão dedicado somente a mangá e anime! Esse apanhado mostrou que o ecletismo foi muito bem executado no evento! Tinha de tudo pra todos os gostos!
E se sua onda é gastar seu dinheirinho suado numa convenção, havia estandes de lojas diversas, onde se poderia comprar desde camisetas, estatuetas, memorabílias, canecas, jogos de tabuleiro ou até mesmo completar sua coleção de “Cavaleiro da Lua” dos anos 70, por exemplo, em algumas lojas que traziam verdadeiros tesouros em encadernados nacionais e importados. Na verdade eu vi um estande que vendia cadernos, e outro vendendo chinelos (!!!). Pois é, a Marvel e a DC vendem de tudo menos gibis hoje em dia....
Sim, eu sei que tinha um painel
da HBO com Game of Thrones, um painel da Fox com ações promocionais de Simpsons
e Walking Dead, uma festa no estande da Netflix, e prévias do filme da Liga da
Justiça no espaço da Warner Bros. Além disso, vi o espaço dedicado ao filme vindouro
de Ghost in the Shell e Resident Evil 6. Mas não consegui entrar em nada
disso. O motivo? Filas! Filas, filas, muitas filas! Para tudo: fila pra comer (não se iludam, a comida ou era ruim, ou cara, ou com sorte, as duas coisas juntas),
fila pra usar o banheiro, filas para autógrafos e fotos com os convidados.... O espaço
era imenso e cheio de atrações, mas ainda assim o público era tão grande que a
demanda superava a oferta. Essencialmente, a CCXP é um evento comercial (como qualquer Comic Con do mundo), por isso haviam mais consumidores do que entusiastas. Isso explica o volume. Só encarei certas filas porque eram indispensáveis.
Mas esse é um critério pessoal de cada um na CCXP, eu aprendi. A fila de uma
hora e pouco que encarei para falar com o Gustavo Duarte pra mim foi
interessante. Para você, talvez fosse mais interessante esperar duas horas e
meia pelo Paul Pope. Aprendi que na CCXP filas são uma certeza e uma constante.
A questão é a escolha: quais filas você encararia e quais dispensaria?
Uma atração interessante foi
a de promoção do filme Assassin’s Creed, da Fox. Foi montado uma espécie de
espaço para Le parkour, que culminava em uma queda livre de aproximadamente 6m
sobre um colchão de ar! Bem empolgante, mas não fui, adivinhem por quê?
FILAS!!! Mesmo assim, bem legal de ver os outros doidos se jogando e brincando
nesse playground radical.
Outra atração incrível foi a
exposição das doze armaduras dos cavaleiros de ouro em tamanho natural, um dos
pontos altos do evento, que inclusive chamou a atenção até dos não iniciados
nessas nerdices todas, os chamados “civis” rs. Muito bonito, e pra quem passou a
infância/adolescência curtindo “Cavaleiros do Zodíaco”, foi fantástico! Por
conta dessa atração belíssima, vimos alguns marmanjos barbados lá dentro com os
olhos úmidos rs
Chegou a dar orgulho em ver os
cosplayers. A galera anda se esmerando muito na confecção de seus trajes, o que
só mostra que o evento, que já alcançou um nível de convenção internacional,
tem seus cosplayers em nível igualmente alto. Isso, por mais simples que possa
parecer, para mim foi o mais legal da convenção: andar pelos corredores e
esbarrar com fãs caracterizados como seus personagens favoritos. Gostei
bastante disso, e como as próprias atrações do evento, as escolhas variavam
muito: você via super heróis, lutadores de Mortal Kombat, princesas Disney,
inúmeros personagens de mangás e até mesmo o escoteiro gordinho de “Up – Altas
Aventuras”! Além de centenas de milhares de Deadpools, Doutores Estranho e
Arlequinas vagando pelo pavilhão....
Melhor cosplay de todos! |
Eu não encontrei nenhum Coringa Cesar Romero lá... percebam minha consternação... |
E o Artist’s Alley??? Ah, o
Artist’s Alley... a coisa mais foda que já testemunhei relacionado ao gênero
dos quadrinhos: DEZENAS E DEZENAS de criadores independentes, nacionais e alguns
estrangeiros, expondo seus trabalhos, e o melhor de tudo, acessíveis para
conversar, pedir prints, comissions, sketchbooks, fotos e quaisquer outros
trabalhos que esses artistas estivessem exibindo em suas mesas. Pra quem quer fugir do eixo Marvel/DC e está disposto a conhecer novas histórias, histórias
autorais, histórias originais, o Artist’s Alley era o lugar mais maravilindo da
CCXP, amiguinhos!!!
Como só fomos no sábado mesmo,
era preciso cobrir todo aquele pavilhão, e entrar em todas as filas significa
perder um tempo precioso... afinal, eu só tinha até as 10 da noite pra curtir a
CCXP hehehe. Por isso, escolhas difíceis foram feitas. Tive que escolher não
entrar na filona do Roger Cruz, na filona dos gêmeos Moon & Bá, na fila do
Simon Bisley ou do Bill Sienkiewicz. Frank Quitely? nem vi sombra desse! Mas
não deixaria de falar e pegar um autógrafo do Gustavo Duarte (até porque fui
intimado por um amigo a pegar um exemplar de “Não acredite em gnomos” para ele,
sob pena de morte caso voltasse de mãos vazias!). Valeu o tempo de espera. Que
é um quadrinista talentoso, Gustavo Duarte já provou isso várias vezes desde
que despontou, mas eu não estava preparado para conhecer o excelente ser humano
por trás do artista, que apesar do cansaço de terceiro dia de CCXP, esbanjava
bom humor, conversando com os fãs enquanto autografava seus livros. Meu
conceito por ele, que já era alto, arrebentou o teto e disparou até a
estratosfera!
Bem, por fim, é isso, pessoas! Se
eu, que não tive qualquer espécie de acesso privilegiado a nenhuma área do
evento, achei até que foi OK e saí de lá com a sensação de que o
entretenimento oferecido (quase) valeu o preço que paguei pelo ingresso, acredito que num
balanço geral, olhando pra pilha de HQs, independentes ou não, que achei no evento, os encontros cara a cara com alguns amigos de comunidades de quadrinhos do
Facebook, mais a oportunidade de ver excelente cosplays, o nível das atrações
e o peso dos convidados, posso dizer que SIM, fui em uma convenção de HQs de verdade, apesar de ainda ter muita coisa a ser feita pra melhorar o evento. Mas ano que vem não volto não. Eu quero mesmo é conhecer o FIQ em 2018...
Agradecimentos ao meu amigo Felipe Oliveira (watcheman@gmail.com), que esbarrou comigo lá do nada, e tinha fotos muuuuito melhores do que as que eu consegui tirar hehehe. Todas as estatuetas e armaduras mostradas nesse post são de autoria dele, gentilmente cedidas ao blog. Valeu!
P.S.: Chefe, consegui as fotos do
Aranha, como e senhor pediu! Eu vivo para o trabalho! (na verdade me esqueci
completamente, mas pra isso serve o Google. Acho que ele vai engolir...)
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